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Debate com a página História Islâmica: "Violência religiosa e terrorismo no mundo islâmico e no Brasil"

 




Acabo de aceitar o convite para debater com o Victor Peixoto, administrador da página História Islâmica sobre o tema no título às 19h do próximo sábado (21/11) através de uma live na página dele (link aqui). Aproveito a oportunidade para postar aqui a polêmica charge do história islâmica e meus posts no Facebook que levaram ao debate. 

Afinal, do que adianta a página "História Islâmica" reclamar que estão esteriotipando os mussulmanos injustamente e eles ativamente fazerem o mesmo com Cristãos?

Já elogiei o trabalho da página publicamente aqui, acho importante que enxerguemos o mundo mussulmano de maneira menos propagandistica e a apologia deles tem seu papel para isso, mas acabo de tomar block da pagina e receber umas inesperadas ofensas.


O motivo? Questionar o falso paralelo que eles fizeram entre um punhado de casos de violência religiosa no Brasil inteiro, um país do tamanho de um continente e de esmagadora maioria Cristã, com a questão religiosa no mundo islâmico, onde verdadeiras guerras civis e atentados terroristas se alastram entre os países, se estendendo mesmo aos países não-mussulmanos.


Eu aposto com tranquilidade que há mais assassinatos de não-mussulmanos por mussulmanos em países não-mussulmanos essa semana do que de Cristãos a outras minorias religiosas do Brasil no ano inteiro…


Lembrar: 3 em Viena, 4 na França e mais 3 na India essa semana só pelas minhas contas. Isso porque estou considerando EXCLUSIVAMENTE atentados terroristas.


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Após meu questionamento, o "História Islâmica" resolveu adicionar uns links do google sobre traficantes evangélicos aporrinhando o povo. Pouco isso muda o fato de que isso é uma exceção a regra no Brasil, que é a de ampla tolerância religiosa a elas que chega até mesmo até tonalidades de sincretismo e amplo apoio oficial. Não vou replicar aqui noticias sobre atentados religiosamente motivados contra minorias religiosas dentro do mundo mussulmano - até porque eles são tão numerosos que já nos entediamos de vê-los nos noticiários - mas pura e tão somente constatar o quão a realidade nacional passa longe de ser a de uma opressiva religião majoritária oprimindo uns coitados de religiões menores



- Art. 5o da Constituição Federal: proteção oficial a liberdade religiosa

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

- Estatuto da igualdade racial da Bahia institui como DEVER DE ESTADO a preservação das religiões de matriz africana:

Art. 35 - É dever do Estado preservar e garantir a integridade, a respeitabilidade e a permanência dos valores das religiões afro-brasileiras e dos modos de vida, usos, costumes tradições e manifestações culturais das comunidades quilombolas. Parágrafo único - Para o cumprimento do disposto no caput, cabe ao Estado inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos, vinculados às comunidades remanescentes de quilombo e aos povos de terreiros de religiões afro-brasileiras, atendendo aos termos do art. 216, § 5º, da Constituição Federal.

- Padre é morto e carbonizado por traficantes em MG

https://www.metropoles.com/.../latrocinio-suspeito-de...

- Uso de dinheiro público para construção de estatuas de sacerdotes de religiões de matriz africana:

https://atarde.uol.com.br/.../2049763-estatua-em...

- Justiça Impede a cidade de Aparecida de ter estatua de Nossa Senhora:

https://www1.folha.uol.com.br/.../justica-proibe-cidade...

- Igreja é vandalizada e padre é ameaçado de morte por satanistas:

https://blogs.opovo.com.br/.../igreja-no-ceara-e.../

- Ministro do STF propõe cassação de mandato parlamentar de pastor que falar sobre sua candidatura para fiéis:

https://valor.globo.com/.../fachin-propoe-que-abuso-de...

- Justiça condena pastora neopentecostal por ataques ao Candomblé:

https://www.conjur.com.br/.../acusada-incitar-odio...

- STF autoriza o Porta dos Fundos a atacar o Cristianismo:

https://www.uol.com.br/.../stf-julga-especial-porta-dos...

- Na Bahia, anualmente se celebra, sem maiores conflitos religiosos, comemorações sincreticas entre católicos e membros de religiões de matriz africana:

http://g1.globo.com/.../sincretismo-e-devocao-marcam...

- Justiça persegue padre Jonas Abib por criticar religiões minoritárias e este só se vê livre após recurso ao Supremo Tribunal Federal:

http://g1.globo.com/.../stf-derruba-acao-penal-contra...

- Governo promove e investe em eventos próprios de religiões de matriz africana:

http://www.cultura.ba.gov.br/.../Governo-do-Estado...


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Particularmente faz-se mister notar que a página foi criticada pelos Cristãos, porém amplamente aplaudida por pessoas que defendiam o laicismo. A falsa narrativa de que "todas as religiões são más em excesso" e "precisamos de mais tolerância" são consectários naturais de posts como aquele fazendo paralelos forçados entre "radicais" dos dois lados. Se a nível imediato ele vê no descredenciamento do Cristianismo uma maneira de nivelar por baixo ambas as religiões, não enxega que esse nivelamento por baixo acaba por engessar sua própria. Muito mais proveitoso (e honesto) seria valorizar países mussulmanos que são mais linha duras com o terrorismo do que os ocidentais afrescalhados.

Basta notar que parte da charge do condena o ato de destruição de ídolos de religiões pagãs, sendo que o próprio profeta Maomé fez a mesmíssima coisa quando foram dadas oportunidades. Inclusive, é possível ver nas hadiths uma porrada de comportamentos que seriam condenados pelos tribunais Brasileiros como "intolerância religiosa" realizados pelo profeta ou por seus principais companheiros. Nossos critérios são os religiosos ou os estipulados por burocratas relativistas?




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