O texto de Santo Agostinho sobre imagens ao qual comentei no meu vídeo está abaixo e vamos a correta exegese. Prestem atenção em minhas ênfases:
"Cremos também que esteja sentado à direita do Pai. Assim também não se deve pensar em Deus Pai como delimitado em forma humana, de modo que, refletindo sobre Ele, nos venha em mente um lado direito e um lado esquerdo; e também não se deve pensar que <<<<Ele, que se senta à direita do Pai>>>> (CRISTO), o faça com <<<<os joelhos dobrados>>>, para que não caiamos no sacrilégio que o Apóstolo execrou naqueles que transformam a glória de Deus incorruptível em uma imagem de homem corruptível."
O que Santo Agostinho está execrando ai é um ícone herético que nega que as três pessoas da trindade possuem igual dignidade. Ele reclama não de ícones de Deus-pai, mas sim de ícones de Cristo nos céus ajoelhado diante do pai*. Dessa forma, também forneço a continuação dessa passagem:
"Logo, quando se diz que Deus está sentado, não se refere à posição dos membros, mas ao poder de julgar, do qual sua majestade nunca carece, concedendo sempre coisas dignas aos que são dignos, ainda que no juízo final muito mais se manifestará entre os homens a claridade do Filho unigênito de Deus, juiz dos vivos e dos mortos"
Pode-se ver claramente que a preocupação de Santo Agostinho aqui é com o ensinamento do ícone e não com o ícone em si. Ele quer que os ícones no templo representem verdades divinas e não heresias. Isso inclusive é um ótimo testemunho de que ele convivia com ícones em seu cotidiano e, mesmo assim, não propôs nenhuma polêmica para condenar eles...
* Erro de interpretação meu nesse parágrafo, corrijo ele neste texto aqui
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