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Saúde e eleições: a corrida eleitoral de Dória e Bolsonaro

Os caminhos para a eleição de 2022 estão se desenhando. Desconsiderando o eventual problema da segurança do nosso pleito eleitoral contra fraudes, o próximo ano será marcado sobre um debate acerca de saúde pública. Os personagens do conflito todos já conhecem, mas a história está se desenrolando em nossa frente. O João Dória, que já mostrou sua força com a reeleição de Covas, avança a passos largos para consolidar sua narrativa como o campeão em defesa da vacina da China "Bumbum tatan". Contudo, ainda não é o momento de dar ele como vencedor.


Quem acompanhou o desenvolvimento do debate sobre as vacinas sabe que Dória está oferecendo uma falsa promessa. A esperança e alegria do povo com o acontecimento é, em fato, diretamente conectada com a esperança do fim das máscaras, da doença e dos lockdowns, coisa que o "coquetel inoculatório china-bumbum tantan" não pode garantir. Isso significa que, na medida em que as pessoas se vacinarem, Dória vai ter que criar uma narrativa para justificar a razão pela qual as restrições continuam, se queimando no processo. Dessa forma, a aparente conquista de Dória é apenas temporária e ilusória.

Em favor do Presidente há duas armas fundamentais: os medicamentos do tratamento preventivo e as vacinas de maior efetividade. A despeito da mídia cair matando em cima do protocolo de tratamento preventivo, ele é ainda bastante utilizado pelo povo que aposta nele, com muitos relatos positivos circulando por ai*. Mais que isso, o nome de Bolsonaro ainda pode se conectar com o de vacinas superiores, principalmente Oxford. Basta uma campanha de marketing bem feita para que Bolsonaro consiga mudar a imagem que a mídia tenta emplacar de "genocida" para a de um líder preocupado com a população. Não precisa mentiras ou recursos espúrios a la Dória, mas somente mostrar o quanto ele defendeu os mais diversos tratamentos disponíveis para a população. Ao meu ver, está nas mãos dele decidir se chegará em 2022 nos braços do povo. * Cito relatos porque isso é o que pode impactar eleitoralmente, em termos científicos há artigos e pessoas respeitáveis defendendo o protocolo e não meramente a fofoca popular.

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